29 de janeiro de 2015

Eros e Psiquê

Um rei teve três lindas filhas, de belezas inacreditáveis, sendo a mais jovem a mais impactante, de tão bela, os pretendentes apenas contemplavam, sem ter coragem de desposá-la. O pai casara as duas primeiras filhas, mas temeroso que os deuses o punissem pela última filha manda consultar o Oráculo de Apolo em Mileto. A resposta é fulminante: A jovem deveria ser conduzida ao alto de um rochedo e lá um monstro viria para desposá-la. Rumores então espalharam-se, dizendo que ela seria a nova Afrodite, em um corpo jovem e lindo, fazendo assim com que o templo da deusa do amor fosse se esvaziando cada vez mais.

Enquanto isso, irritada com tal desfeita, Afrodite saiu do Olimpo e chamou seu filho, Eros, um garoto alado de péssimo costume, corruptor de jovens e provocador de escândalos. A mãe ordena ao filho que procure a jovem que está sendo comparada a ela, que lhe faça se apaixonar pela mais horrível das criaturas.
O rei que já cumprira com o ue dizia o Oráculo, ordena que a levem até o tal rochedo. Porém, Eros, que foi enviado para fazer-lhe mal, acaba se apaixonando por Psiquê e pede ao vento Zéfiro que a leve até o seu palácio..


Psiquê então acorda em um jardim belíssimo, e diante do tal palácio. Ela percebe então que está sozinha, porém vozes comunicam-se com ela, e tudo o que ela deseja é concido imediatamente. Então pela noite, Eros, sem deixar ser visto, deita-se com ela. A partir daí, Psiquê passa a morar neste palácio, ficando cada vez mais apaixonada pelo seu esposo secreto.
Ela então descobre que suas irmãs estão indo ao rochedo para chorar por sua morte, e pede para que Eros a deixe ir até elas. Ele porém a adverte para não dar ouvido a suas irmãs, pois já temia o pior. Pediu então a ela que não contasse nada sobre ele.
Assim ela o fez, não disse nada sobre Eros, e para despistar ainda mais as irmãs lhes deu ouro e presentes.


Ao voltar para o palácio, Eros lhe diz que ela deveria manter o segredo e não ver o seu rosto. Ainda a adverte também, que seu filho poderia ser um deus, se ela mantivesse a palavra, porém ele seria mortal, caso ela quebrasse, e ainda nunca mais "veria" o tal filho.

Entretanto, após novas visitas, suas irmãs finalmente a convencem de tentar ver o seu rosto, já que ela mesma se contradisse e acabou contando tudo a elas.
Durante a noite, Psiquê resolve se armar de um punhal e uma lamparina. Após mais uma noite de prazer, ela espera ele adormecer, pega a lamparina e aproxima de seu rosto. Neste momento, ela fica surpreendida por tamanha beleza, e sem querer deixar cair a lamparina no ombro de Eros, ferindo-o e acordando-o. Ao perceber que foi "traído", ela a amaldiçoa, expulsa-a e vai embora do palácio.

Desesperada pelo erro que cometeu, ela passa a vagar por toda a Grécia procurando pelo marido. Suas irmãs, ao saberem do que aconteceu, vão até o rochedo e tentam ser levadas pelo Zéfiro, mas se despedaçam ao saltar.
Em contrapartida, Afrodite ao saber do acontecido, amaldiçoa Eros e lhe retira suas flechas, e jura Psiquê de morte, dizendo que ela nunca terá aquele filho.
E ela o fez, depois de pedir ajuda aos outros deuses, Zeus pede a Hermes que localize Psiquê, que uma vez capturada é torturada por Afrodite, que ao fim, ao invés de matá-la decide deixá-la viva, com uma condição: Teria que cumprir quatro trabalhos.

A primeira tarefa era separar vários tipos de grãos em uma única noite, com ajuda de formigas, ela consegue completar. Afrodite acusa Eros de tê-la ajudado...
A segunda tarefa, mais difícil e perigosa, seria pegar lãs de ouro de uma aça de ovelhas violentas. Mais uma vez ela recebe ajuda, desta vez de um caniço, que lhe conta que as ovelha só são ferozes por causa do calor, que então ela deveria esperar o calor baixar, e quando as ovelhas fossem descansar, ela poderia pegar os fios que ficaram presos nas árvores. Mais uma vez completa a tarefa, Afrodite acusa Eros de ter ajudado-a.
A terceira tarefa seria trazer água da fonte em que nascem os rios do inferno, Cocito e Estige. Esta fonte localizava-se no alto de um penhasco, e por ambos os lados eram protegidos por dragões, que não permitiam qualquer tipo de aproximação. Desta vez, a ave de Zeus que sobrevoava pelo local, ajuda Psiquê, pegando-lhe o jarro e enchendo de água. Afrodite não acusa Eros nesta ocasião, mas diz que Psiquê usou bruxaria.
Na quarta tarefa, Psiquê teria que descer até o inferno, e pedir a Perséfone que colocasse em uma caixa, sua beleza, para que entregue a Afrodite que dizia ter gasto parte da sua, tentando curar Eros. Afrodite estava certa de que desta vez, ela não voltaria. Porém, Psiquê consegue trazer a caixa, mas antes de entregá-la, acaba por abrir a caixa e usar a beleza em si mesma, e assim caindo em sono profundo.

(Outra versão diz que Psique executou apenas três trabalhos – todos listados acima, menos o trabalho da água da nascente.)

Eros, por estar tão apaixonado por ela, acaba indo salvá-la e depois suplica a Zeus que faça sua mãe parar com aqueles testes.
Zeus então convoca uma reunião no Olimpo para anunciar o casamento de Eros e Psiquê, e que tornaria-a deusa. Afrodite dá-se por satisfeita, já que agora todos poderiam voltar a cultuá-la.

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